A União da Indústria de Cana-de-Açúcar
(UNICA), em conjunto com os sindicatos e associações de produtores de etanol e
açúcar da região Centro-Sul e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), anunciou
nesta quinta-feira (12/04) sua estimativa para a safra 2012/2013 de
cana-de-açúcar. A projeção indica uma moagem de 509,00 milhões de toneladas,
crescimento de 3,19 % em relação ao total processado na última safra, que foi
de 493,26 milhões de toneladas.
Os dados compilados pela UNICA, bem como o
mapeamento com imagens de satélite da região Centro-Sul feitas pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (CANASAT – INPE), indicam uma expansão em torno
de 3% na área de cana-de-açúcar disponível para colheita na safra 2012/2013.
Este
aumento de área para moagem deve ocorrer principalmente nos Estados do Mato
Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. O
crescimento da área para colheita deve ser o fator determinante do aumento
projetado na quantidade de cana-de-açúcar disponível para moagem, pois não
existe expectativa de elevação para a produtividade agrícola na próxima safra.
A estimativa de produtividade agrícola para a
safra 2012/2013 incorpora variáveis como a incidência de florescimento, a
probabilidade de geada em algumas regiões, o índice de infestação e ataque de
pragas e doenças, o nível de renovação e perfil do canavial, a evolução da
colheita mecanizada e as condições climáticas observadas e previstas para as
áreas produtoras.
Segundo
o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, no início do ano o
aspecto visual da lavoura de cana-de-açúcar era muito bom, mas a seca intensa
observada nos meses de fevereiro e março deste ano prejudicou fortemente o
crescimento da planta. “Com as informações disponíveis até o momento, não é
possível imaginar um crescimento significativo da produtividade agrícola, por
isso estamos trabalhando com o mesmo valor observado no último ano, que foi de
68,7 toneladas de cana por hectare, “afirma o executivo.
Qualidade
da matéria-prima
A projeção para a quantidade de ATR por
tonelada de cana-de-açúcar aponta para um crescimento de 1,79% sobre o valor da
última safra, passando de 137,53 kg de ATR por tonelada de cana em 2011/2012
para 140,00 Kg na safra 2012/2013.
O
maior teor de açúcares na cana justifica-se, principalmente, pela expectativa
de safra mais curta, que permite a concentração da colheita da cana no período
mais propício para a maturação da planta, e pelas condições climáticas
observadas até o momento, que não indicam indução de florescimento nas
principais áreas produtoras.
No
último ano, o florescimento da cana-de-açúcar foi observado em várias regiões,
prejudicando a concentração de açúcares na planta que, nessas condições,
utiliza energia para a formação da panícula (inflorescência). Quando ocorre, o
florescimento leva à perda de sacarose para a produção de açúcar e de etanol.
Em
termos de totais produzidos, a safra 2012/2013 deverá ser 5,04% superior à
anterior, atingindo 71,26 milhões de toneladas de ATR contra 67,84 milhões
produzidos na safra 2011/2012. O crescimento é decorrência do incremento de
matéria-prima a ser processada e da maior concentração de açúcares na cana.
Novas
unidades produtoras
Na
avaliação da UNICA, apenas duas novas unidades produtoras iniciarão suas
atividades na safra 2011/2012 na região Centro-Sul. É um número
significativamente inferior ao observado nos últimos anos, reflexo da
desaceleração no crescimento do setor sucroenergético após a crise global de
crédito em 2008 e 2009.
Foram 25 novas usinas na safra 2007/2008; 30
em 2008/2009, 19 em 2009/2010; 10 em 2010/2011 e apenas três unidades
produtoras na última safra. As novas unidades esperadas para 2012/2013 estão
localizadas no estado de Mato Grosso do Sul.
Produção
de açúcar e de etanol
Do total da moagem de cana-de-açúcar
projetada para a safra 2012/2013, a UNICA estima que 48,75% terá como destino a
produção de açúcar, praticamente o mesmo valor observado na safra 2011/2012,
que foi de 48,43%. Assim, a exemplo dos anos anteriores, a maior parte da cana
colhida na nova safra (51,25%) continuará sendo utilizada para a produção de
etanol.
A produção de açúcar projetada é de 33,10
milhões de toneladas, crescimento de 5,72% em relação às 31,31 milhões de
toneladas produzidas na safra 2011/2012. A produção de etanol, por sua vez,
deverá atingir 21,49 bilhões de litros, aumento de 4,58% em relação à produção
da última safra, que totalizou 20,55 bilhões de litros.
Dos 21,49 bilhões de litros de etanol que
deverão ser produzidos, 14,54 bilhões serão de etanol hidratado, com um
crescimento de 11,14% em relação ao volume produzido na safra 2011/2012 (13,08
bilhões de litros). O restante, 6,95 bilhões de litros, será representado pelo
etanol anidro - queda 6,91% em relação ao volume observado no último ano.
A queda na produção de etanol anidro
projetada para a safra 2012/2013 ocorre porque durante seis meses da safra
2011/2012, a mistura do produto na gasolina foi de 25%, acima do nível
praticado atualmente, que é de 20%. Vale frisar que os volumes de produção de
cada tipo de etanol projetados para a nova safra foram calculados tomando-se
como base o cenário vigente, com a mistura de 20%. Se o nível de mistura
exigido pela legislação for alterado ao longo da safra, os volumes de etanol
anidro e hidratado a serem produzidos serão revistos.
Para o diretor da UNICA, não existe nenhum
problema em relação à capacidade de produção de etanol anidro para o
atendimento dos diferentes níveis de mistura observados na legislação. “O mais
importante em relação ao mercado de anidro é que a nova regulação proposta pela
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está sendo
colocada em prática, o que dará maior conforto ao abastecimento do produto,
principalmente no período de entressafra,” avalia o executivo.
Mercado
de açúcar e de etanol
O volume de açúcar disponível para exportação
na safra 2012/2013 deverá ser de 24,00 milhões de toneladas, valor 8,50%
superior ao exportado pelo Centro-Sul na safra 2011/2012.
Ao
contrário do que ocorre no mercado de açúcar, as exportações totais de etanol
devem apresentar queda de 8,11% (1,70 bilhão de litros projetados para a safra
2012/2013, contra 1,85 bilhão em 2011/2012), com aumento no volume exportado de
anidro e queda no de hidratado.
Segundo Rodrigues, os cálculos indicam que a
frota de veículos e motocicletas, em conjunto, deverá apresentar um crescimento
de pouco mais de 7% na próxima safra, valor inferior ao aumento previsto na
produção de etanol hidratado. “Portanto, deveremos observar, ainda que de forma
tímida, um aumento no uso de etanol hidratado nos veículos flex na safra
2012/2013,” concluiu.
Fonte: UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar
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