quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O aproveitamento da cana-de-açúcar é total? É verdade que não sobra resíduo algum?


Na verdade, hoje ainda se gere algum resíduo, que é a vinhaça, um subproduto gerado ao se produzir etanol. Mas pode se fazer biogás ou outros produtos a partir dessa vinhaça. A cana é moída em uma destilaria anexa, produz-se o açúcar, o etanol, a energia elétrica, através da queima do bagaço, e praticamente se faz o uso integral, uma vez que o único resíduo que se geraria, a vinhaça, ou é aproveitado para fazer biogás ou é colocado novamente no campo como fonte de potássio. Estamos usando muito bem a cana.

E o que é a chamada primeira, segunda e terceira gerações de etanol?

Primeira geração é quando você mói a cana e tira o etanol direto da fermentação. A segunda geração seria fazer o etanol de biocelulose, ou seja, a partir do bagaço ou de qualquer outro material de biocelulose. O etanol de terceira geração pode ter, em princípio, duas rotas. Uma delas é fazer com que microalgas (Kappaphycus alvarezii) cresçam usando o próprio CO2 que é liberado na fermentação. A outra é fazer a rota termoquímica, que é utilizar o bagaço em um produto chamado gás de síntese e a partir do gás de síntese fazer o etanol.

Isso já está sendo feito ou ainda está em fase de testes?

Eles não estão ainda em produção. Não se tem nenhum de segunda e de terceira gerações em escala de produção. A maior preocupação é tornar isso daí economicamente viável. Nos próximos cinco anos já devemos ter algumas unidades fazendo uso do etanol de segunda geração. Estamos falando do aumento de 30% a 40% da produção de etanol sem aumentar a área plantada.


Para ler a integra da entrevista promovida pelo programa Globo Universidade com o professor e pesquisador titular da Faculdade de Engenharia Química Rubens Maciel Filho.


Fonte: UDOP/ Globo Universidade

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